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O menino e o poema

Hoje lendo uns poemas me lembrei de algumas fases da vida, coisas que me fizeram pensar e sentir saudades.

Lembrei do menino bobo que achava que dirigia o carro do pai com 5 anos de idade, da corrida de bicicleta pela casa e do medo que minha mãe sentiu d'eu cair da escada e me detonar inteiro, de enfiar as mãos no vidro da porta, de cair no chão patinando com meus rollers e me ralar todo, de ganhar brinquedos, de jogar bola na rua.

Lembrei do menino que queria ser diferente, que sonhava com uma aventura dessas de filme, que não tinha medo dos sentimentos e que achava que a vida era mais fácil. Lembrei do menino que sofreu por amor, que brigou com os melhores amigos, que deixou tantas coisas para trás, que em algum dia só se importou com a sua aparência, com o que achavam dele, como seu cabelo estava e com o ser estranho que habitava seu coração.

Não me orgulho de muitas coisas das quais fiz até hoje, mas me sinto extremante satisfeito por hoje eu ser o que eu sou e por cada dia que passa eu perceber que sou mais forte e mais resistente do que eu imaginava. Olhando da infância em diante, pude perceber o quanto eu mudei, o quanto eu fechei o meu mundo e o quanto eu quero deixá-lo fechado. Sofrimentos nos deixam assim...

Eu calejei, quando se bate muito em uma tecla a gente se acostuma com o som.
Já bati em teclas demais, já bateram em teclas demais e meu teclado desgastou, calejou, hoje não o sinto mais... Pensando bem, eu sinto. Uma vontade absurda de cometer minhas próprias loucuras, de fazê-las sem pensar nas consequências, por que com esse mundo eu já me acostumei e não me importo mais.

E se você soubesse, o que saberia?

Eu vivo a me perguntar os porquês da minha vida... Nunca chego á lugar algum.
Sei que a evolução da vida em si é feita de perguntas sem respostas, porque se encontrássemos as respostas de tudo, o que nos sobraria além das coisas casuais?

Mas eu ainda assim, me questiono dia após dia, as minhas inúteis perguntas. Inúteis porque quando se trata de mim mesmo, acabam sendo sem importância, pois nem ao menos sei o porquê de tanta pergunta.


PS: Texto dedicado à minha amiga virtual e pensadora preferida: #Ray  <<

Pedacinho do céu

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[Jardim Botânico - Curitiba]

Eu falei que gosto de ficar sozinho, eu nem gosto, eu só estou acostumado. Eu não estou fugindo, nem vou voltar, só não quero mais estar aqui, eu tenho um lugar sabe, talvez passe uma vida até voltar, talvez não volte, bem isso é problema meu.

Fragmentos

Meu espelho não reflete mais o que eu gostava tanto de ver em mim, fiquei invisível para mim mesmo.

Como poderão vocês me enxergar se eu mesmo não me vejo? Tantos fragmentos acumulados em meu interior, não soube mais o que fazer com eles, esvaziei-me de tudo hoje estou cheio de vazio e não me vejo.

Vivo apenas alguns dias por mês. Gosto de morrer por um tempo pra ter também o prazer do renascimento. O meu sofrimento me conforta de algo que não sei explicar. Talvez porque seja o sentimento mais puro que exista no mundo.

E eu só me sinto vivo assim, morrendo de vez enquando. Ainda ontem marquei um encontro comigo mesmo. Não fui, por medo de não me encontrar.

Parecer forte já não funciona mais

Eu tenho medo de falar que estou com algum problema, do tipo, - ah estou triste, - ah estou feliz. Acho que essas variações de temperamento todos tem, é algo inerente a todas as pessoas, por isso acho que não tenho direito de chegar pra alguém e falar que estou triste, pra mim é como se eu falasse, "- ah estou bem mais frustrado que todos vocês, me dêem atenção."

Eu tento ser forte, acho que as pessoas fortes são assim, sofrem a todo momento, mas não demonstram, amam o amor e o desamor, quero ser assim, demonstro ser assim, mas no fundo me sinto frágil e instável.

Não gosto da minha volatilidade, mas até vejo algum charme nela (contradição), pois é, talvez seja o único, agora me vem à cabeça uma frase: "Narciso se apaixonou pelo espelho e esqueceu de todas as pessoas que estavam em volta."

Pois é eu não consigo me apaixonar, eu penso e repenso o passado. Eu sou muito imparcial pra impor meu amor por alguém, até porque amor pra mim é recíproco, amor sem alguém é algo incompleto. Um quebra cabeça com só uma peça não é um quebra cabeça. É assim que eu faço pra conviver comigo mesmo e com essa situação, se não me ama, eu não amo também.

Apenas uma maçã

- É possível um rio secar completamente?

- Claro que é.

- Mas será que ele não enche depois? Nunca mais?

- Alguns sim, outros não.

- Mas nunca mais?

- Sei lá, acho que não.

- Você tem certeza?

- Certeza eu não tenho. Só estou dizendo que acho. Afinal não sou nenhuma especialista em matéria de rios, secos ou não.

- Sabe?

- O quê?

- Eu tinha esperança que o rio voltasse a encher um dia.

"A luta é aqui. O que existe é isto. Estou farto de sonhos idiotas e escapistas. Eu tenho que comer, eu tenho que dormir, eu tenho que trepar - eu tenho que sobreviver todo santo dia. "Santo" é maneira de dizer, é claro..."
Caio Fernando Abreu

Preocupação

Precisamos ser mais reais com nossas dores. Parar de criar arrependimentos por tudo aquilo que não foi feito ajuda muito para que seja possível pegar no sono.

Não importa o quanto você se ache ruim ou o quanto você tente ser cruel, nunca conseguirá superar a vida. A vida te espanca e não há nada que bata mais forte em sua cara que ela. Mesmo que você continue usando o mesmo par de meias nenhum dia é igual ao outro. E a tal da rotina não passa de um conforto criado pela civilização para se privar de enfrentar o que faz a diferença no mundo.

Você será no mínimo contente  se saber viver um dia de cada vez. Tome remédios para ansiedade, talvez lhe ajude.

Como se eu me importasse com a humanidade. Estou nem aí pra ninguém. Já me preocupo demais se irei dormir e depois se irei acordar. O fato é que sempre acharei algo de errado em tudo que sinto penso e vejo. Sempre me culparei por isso e serei sempre esse cara cansado, irônico e desiludido com tudo.

No final só me resta esburacar ainda mais minha memória, arrumando espaço para mais uma cova. E meus cabelos estarão brancos por me preocupar tanto em colocar tudo isso pra fora de mim. Talvez se eu me pré-ocupasse menos, chegaria são aos 25.