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eu próprio por mim mesmo
Um dia desses uma amiga virtual me perguntou:
- Qual seu sonho, Thaee?
- Sonho? como assim, sonho?
- Eah... sonho profissional.... sei lá, um sonho.
Aquele turbilhão de pensamentos me invadiu a mente. Sonhos de infância? De adolescência? Sonhos como? Que sonhos?
Mas que merda de pergunta é essa? Foi a única coisa que passou pela minha cabeça.
- Ahhh! não sei, profissional...
- Pode ser... o que você sonha?
Pensei em dizer sobre a casa azul com jardim e os dois labradores Calvin e Klein, mas achei que contar aquilo, naquele momento, não era propício.
- Meu sonho profissional, pessoal... tudo junto... sei lá... é fazer arquitetura na Europa.
- Porra! Que bacana!
- Eu não sou ambicioso ao ponto de querer todo o dinheiro do mundo. Quero só uma vida confortável. Pra mim, felicidade é uma casa planejada por mim.
Ela sorria com a minha resposta inútil. Eu não sei o que é felicidade pra ela, mas senti que a minha resposta não havia soado tão brega pra ela quanto soava pra mim.
O assunto, de repente, mudou e a pergunta ficou na minha cabeça, o resto do dia.
Essa pergunta me soou igual aquela tradicional pergunta em entrevistas de emprego:
"- O que você gosta de fazer nas horas livres?"
Ai você pensa milhares de coisas como "gosto de sexo, drogas e rock'n'roll" ou "gosto de ficar o dia inteiro na internet vendo besteira" ou "durmo o dia todo", mas você não pode dizer isso. Você não quer parecer um maníaco sexual, drogado, preguiçoso e roqueiro. Você quer ser alguém interessante, alguém que aquela empresa precise. E no final responde:
"- Ahh! eu gosto de cinema, teatro, sair com os amigos..."
Que sonho de vida eu tenho? O que eu gosto de fazer nas horas livres? Quais são meus defeitos? E as minhas qualidades? Gosto de desafios? Estou disponível para viagens? Tenho filhos? Qual minha rotina? Sei inglês? E espanhol? Tenho boa comunicação verbal? E a escrita, como tá?
Na verdade, compro sonhos, qualidades, coragem, entrosamento, disponibilidade, línguas e uma excelente comunicação.