Fotolog forms Twitter Orkut

A feitura do rancor


Acontece que eu sou rancoroso demais, extremamente, foge do meu controle. Não é como se, deliberadamente, eu guardasse rancor. Não sou maluco também, não vou guardar qualquer negativa aos meus desejos pro resto da vida. Mas acho que deveria haver um sentimento bom em mim que fosse grande o suficiente pra não permitir que alguma situação estrague toda relação. Mas não tem. Às vezes é o que acontece, apesar de sóbrio (me embriago de raiva e tristeza) conseguir perceber que é besteira agir assim.


Quando colocado numa situação desagradável, todas as partes do meu corpo conspiram contra o mal feitor, apenas a emoção tem vez e acabou a razão. Não é o ideal. Então eu me acalmo. Não me calo, mas pauso por um instante até recobrar os sentidos normais. É ai que nasce o rancor. A minha forma de esquecer é gritar enquanto choro, com o dedo na cara de quem feriu. É mandando email falando o que quiser, cagando pra pontuação e abusando dos palavrões. Meu jeito de extravasar é xingando a mãe, o filho e o porteiro de quem mexeu comigo. Não é o ideal, pode ser exagerado, mas me faz esquecer. A pessoa que lide com o infortúnio que ela mesma criou.


Mas não, eu fico me polindo, podando as palavras pra não magoar o outro. A magoa entala em mim. Semanas ou meses não alteram esse sentimento terrível. Abrandam, mas não resolvem. No relacionamento, mesmo nos momentos mais bonitos e companheirismo vem aquele rancorzinho, a lembrança do que não foi resolvido. Nem sei o que é pior, mas me disseram que não criar vínculos funciona... vamos acompanhar.


Com rancor, Tae.

0 comentários: